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É A VIDA (O QUE É
QUE SE HÁ-DE FAZER?) ASSALTO
NUMA NOITE DE VERÃO BORDA
D'ÁGUA DO CONTO CURTO - 2018 BORDA
D'ÁGUA DO CONTO CURTO - 2019 BORDA
D'ÁGUA DO CONTO CURTO - 2020 |
ASSALTO NUMA NOITE DE VERÃO Este ano
trocou-se a habitual festa de verão, que recriava as feiras medievais, por um
evento que se revelou um sucesso. O centro de exposições da cidade alberga
agora uma réplica das antigas Feiras Populares. Além da barraca dos tirinhos, do carrocel, do túnel do terror, do poço da
morte, que não trabalha por ser considerado demasiado perigoso, temos pipocas
e algodão doce rosa com travo a groselha. Apesar do preço exorbitante das
entradas, a afluência de visitantes é tanta que surpreende a própria
organização. O ambiente e os figurantes, vestidos à
anos 60/70 do século passado, funcionam como um chamariz que atrai milhares
pessoas de todo o país e turistas. Eu estou cá desde a abertura, com “A Bola
de Cristal”. Na Festa, vestida a rigor, fui e sou Mariela,
a vidente do futuro. É tudo encenado e a bola de cristal não passa de um
aquário redondo de peixes sobre uma base de madeira. Foi um êxito do primeiro
ao último dia – hoje. Mas estranhei que com estes últimos clientes começasse
a ver imagens, flashes rápidos, na bola de cristal.
Por exemplo, o par de namorados… vi-os como casados, mas com outras pessoas,
a triste rapariga loira apareceu na bola com um bebé ao colo e com ar de
felicidade plena, e este último jovem com ar tímido surgiu no cristal com a
cara tapada e empunhado uma arma de fogo. Atribuo isto tudo ao cansaço e ao
excesso de trabalho. Neste momento ainda não sei que todo o dinheiro do
evento irá ser levado por um homem armado e com o rosto coberto. Tudo
dinheiro vivo, por ausência de pagamento automático. O dinheiro desaparecerá
sem deixar rasto e o montante nunca será do conhecimento público… Fontes: Blogue Repórter de
Ocasião, 14 de Setembro de 2025 Borda D’Água do
Conto Curto, Edições Fora da Lei, Ano de 2025 |
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© DANIEL FALCÃO |
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