Autor Data 2 de Maio de 2025 Competição Torneio do Cinquentenário de
“Mistério… Policiário” Problema nº 4 Publicação Blogue Momento do Policiário |
Solução de: NAQUELA NOITE DE MAIO Virmancaroli P-1.
Ouviu-se o tilintar do vidro às 3 horas e 39 minutos, e às 3 horas e 41
minutos, o comerciante já estava a telefonar à polícia. Prova assim que a sua
perseguição ao gatuno era pura invenção. (Eram precisamente três horas e trinta e
nove minutos da madrugada quando um forte ruído de vidros estilhaçados
irrompeu pelo silêncio da noite) (Pegou no auscultador e simultaneamente
olhou para o relógio que marcava três horas e quarenta e um minutos. Depois
atendeu o telefonema) V-2.
… o sino da Torre da Igreja da Misericórdia, ali bem
perto da Praça da República, batia as quatro horas e meia, badaladas que bem
se fizeram ouvir, nessa noite bem escura e húmida. (tendo
por referência este facto, relógio que dava horas de meia em meia hora e,
atendendo ás horas em que o vidro teria sido partido (03h39), bem que
poderemos supor que as badaladas das 03h30 tenham sido aproveitadas para
partir o vidro, “camuflando” desse modo o barulho …) (Não havendo transporte na Esquadra do Borralhal ,
que se encontrava em mudanças , o trajecto até ao
local do incidente teria de ser feito a pé, com algumas demoras ocasionais
... e muita conversa pelo caminho!) P-3.
Conforme diz o comerciante, o gatuno atirou um tijolo ao vidro. Num caso
normal, os estilhaços cairiam para dentro da loja. Mas neste caso não, estão
todos na rua, o que prova que o vidro foi partido no interior da loja, de
dentro para fora, logo pelo Zé Bastos. (Via-se um enorme buraco no vidro da porta,
e o Sargento Oliveira juntou com o pé os estilhaços, formando um monte
considerável em frente da entrada) V-4.
Também existe um factor a ter em conta, será a
ausência (anunciada) nessa noite, do Guarda Nocturno,
propícia a levar por diante a simulação do roubo… sem testemunhas ou entraves
e até porque já há bastante tempo que nada ali se havia registado… o que não
deixará de ser uma grande coincidência este presumível roubo! (A ausência anunciada, nessa noite, do
Guarda Nocturno, pago pelos comerciantes da praça,
já poucos por sinal, possivelmente poderá ter deixado os comerciantes da
praça mais vulneráveis… mas até porque também já há bastante tempo que não se
registava ali nenhuma ocorrência de roubo, ou de outro abuso qualquer!) V-5.
Entrar na loja, assim, rapidamente no escuro e fugir quase que de imediato,
ao ser detectado, coloca muitas dúvidas como teria
levado precisamente (escolhido) aquele que seria o álbum de moedas mais
valiosas. (Os
polícias entraram na loja, sem deixarem, contudo, de observar a grande
desarrumação de álbuns em cima do balcão) (…
quando tenho mercadoria para arrumar,
pois, ontem fiz umas compras, costumo dormir sempre aqui, porque tenho de
começar bem cedo com as arrumações, antes da loja abrir.) (Levou-me um dos álbuns mais valiosos, com
moedas romanas que eu tinha recebido ontem mesmo e que estava ainda aqui em
cima do balcão, que era para ser arrumado…) V-6.
Para quem tem uma Loja na cidade de Montijo e reside na Jardia, estamos a
falar de uma distância bastante curta, digamos que de carro serão cerca de 10
minutos no máximo. Não será então bem longe, a residência e a loja, como diz
Zé Bastos, para justificar o ter dormido nessa noite na loja. Claro que havia
conveniência estar na loja …! (Como resido fora da cidade, ali na Jardia,
portanto, ainda bem longe da loja e quando tenho mercadoria para arrumar,
pois, ontem fiz algumas compras, costumo dormir sempre aqui, porque tenho de
começar bem cedo com as arrumações, antes de a loja abrir.) P-7.
Com a escuridão que na altura é referida (...vésperas de Lua Nova = noite
bastante escura!) ao dono da loja, seria pouco provável saber se era um
homem, se era alto ou baixo, se tinha óculos escuros ou mesmo se usava gorro,
tudo factores que estariam dissimulados pela
escuridão e do momento inesperado de ocasião. (Mesmo no escuro ainda deu para perceber a
silhueta. Era um homem alto, de óculos escuros... "óculos
escuros numa noite de véspera de Lua Nova , logo bem escura" … e de
gorro pela cabeça) P-8.
Eu ainda fui atrás dele até ali ao fim da Praça, mas ele era jovem e bem
rápido… (Como numa noite bastante escura, pois
estamos na véspera de Lua Nova, e a Praça estaria mesmo assim com uma
iluminação ténue (referências no texto) logo uma das noites mais escuras, o
suposto assaltado deu para ver que o suposto ladrão, visto de costas, era
jovem?!) P-9.
De facto o valor do roubo foi perfeitamente calculado em função do momento
baixo em que a loja se encontrava, pelo que o valor do seguro seria muito bem-vindo.
Também e fazer um investimento tão alto com o negócio tão por baixo é
irrealista, isto presumindo o valor atribuído às moedas roubadas. (É um grande transtorno para mim, apesar de
já as ter segurado, ontem mesmo, quando as recebi.) (…o
negócio tem andado ultimamente mesmo muito mal.) |
© DANIEL FALCÃO |
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