Autor Data 9 de Janeiro de 2005 Secção Policiário [704] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2004/2005 Prova nº 2 Publicação Público |
Solução de: SMALUCO NA PRISÃO Smaluco A mulher de Ricardo Gomes
foi assassinada pelo seu próprio marido. Ele “chegou” à sua residência de
férias ao fim da noite de domingo e a morte da sua mulher ocorreu durante a
tarde da véspera (antes ou depois, o caseiro teria ouvido o tiro), pelo que
não podia ter visto “os seus olhos muito abertos, num misto de surpresa e
terror, e o sangue correndo abundantemente pelo rosto” (imagem que ainda hoje
lhe causa arrepios de horror). Por outro lado, a razão invocada para
justificar a sua viagem por terras de Espanha é muito pouco credível (é
estranho que ele tenha escolhido um fim-de-semana para fazer cobranças
difíceis junto dos seus clientes espanhóis). Parece óbvio que Ricardo
Gomes quis desfazer-se da mulher e da amante, matando a primeira e
construindo pistas/provas para que a segunda fosse condenada pelo crime que
ele próprio cometeu. Ao contrário do que afirma, Ricardo Gomes sabia
naturalmente que Anabela passaria alguns dias no Algarve; sabia igualmente
que a mulher do caseiro estava internada e que este passaria a tarde de sábado
no hospital para a visitar; e planeou tudo muito bem – foi ao apartamento que
partilhava com Anabela, retirou de lá as peças do “puzzle” que engendrou e
dirigiu-se depois ao Alentejo. Já de posse das velhas luvas de lavrador e da
caçadeira, que o seu empregado julgava ter perdido em tempos, entrou em casa
e disparou sobre a mulher à queima-roupa. Abandonou no local do crime alguns
fios de cabelo e um botão de um casaco de peles de Anabela (porque havia ela
de vestir semelhante peça de roupa naquela época – Verão, praia, etc.),
deixou lá pegadas de uns sapatos que ela havia comprado recentemente e
abandonou o calçado, a arma e as luvas no barracão. O processo que condenou
Anabela Monteiro será com certeza reaberto e, perante o testemunho de Smaluco em tribunal, Ricardo Gomes talvez confesse agora
o seu hediondo crime… |
© DANIEL FALCÃO |
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