Autor Data 28 de Janeiro de 2021 Secção Policiário [56] Publicação Sábado [874] |
Solução de: TRÊS ARMAS DISPARARAM… Sete de Espadas Sendo fraco
desenhador, só vos posso oferecer o seguinte esquema, que no entanto tem o
essencial. Sabendo que
todas as armas dispararam e que todos os carros mostram vestígios de balas,
vamos em primeiro lugar, dispô-los, tal como se deveriam encontrar, no
momento do crime
Posto isto,
tracemos as trajetórias. – Já estão! – E agora,
expliquemos a intenção de “cada um dos possíveis criminosos”. 1º – Rouhen – Recebeu um telefonema anónimo dizendo-lhe que a “sua
dama” saía da Taverna Negra, com Phillip, a caminho
de Bordeaux. Louco de ciúmes – desprezando os bons
avisos que já por mais de uma vez lhe tinham enviado, mostrando as intenções
daquela “bela espia” – ruma para a Taverna Negra, e arma a cena da curva –
sabendo de antemão que Phillip, sempre solícito,
sairia do seu lugar para prestar auxílio. O momento fora bem escolhido para
se desfazer dele… Com a espera, o fresco da noite e a trovoada, influíram no
seu espírito. A vontade amoleceu e um outro sentimento tomou vulto… e ele
ficou, sim, mas com um objetivo bem diferente… De facto, não havia dúvida.
Agora, friamente, reconheceu o interesse de Divonne,
acerca dos seus planos – como eram, como não eram, como tinham decorrido as
experiências, e por brincadeira se eles estavam no cofre do seu escritório…
Como fora louco em acreditar que era amor, aquele sentimento… E quando o
tiro partiu, destinava-se à loira do Embaixador… 2º – O
Embaixador – Por sua vez, sabendo do encontro da sua mulher com o romancista,
resolveu segui-los, para “saber certas coisas…” Quase ao chegar à curva, o
carro da frente parou. Ele, que trazia os faróis apagados, aproximou-se… e
sem o esperar, deparou-se-lhe uma oportunidade única. Um tiro, e depois
ver-se-ia… – Errou o
coração, passando centímetros à esquerda, a raspar no braço e enfiando a bala
no banco de trás do carro de Rouhen – pela
inclinação da perfuração e do impacto, só pode ter sido a bala da sua arma. – Julgou ouvir
mais tiros e resolveu-se a acender os faróis do seu carro… Phillip estava estendido de bruços, mas o carro da frente
fugia – estava salva a honra… 3º – Divonne – Vamos cá perceber a mentalidade das mulheres! –
Já desesperada com aquele flirt – em
que tudo arriscava e nada ganhava – resolve ficar com o tempo livre para se
dedicar a Rouhen e aos seus planos… Por outro lado,
começava a ter medo do escritor, que tinha descoberto “muitas coisas” com o
seu espírito observador… Debruça-se na
porta, cujo vidro desceu e, friamente, ao ruído da tempestade, dispara sobre
ele, matando-o à traição. Provocando esta morte, salva-se… Porque foi também
nesse momento que Rouhen disparou a sua arma, cuja
bala penetrou pelo para-brisas a 38 cm da porta e saiu pelo espaço onde devia
estar o vidro que foi baixado – e a raspar a loura cabeleira de Divonne… Quanto aos
outros furos no para-brisas dos carros de Rouhen e
do embaixador, está provado que estes não se afligiam com isso – o essencial
era disparar no momento oportuno… |
© DANIEL FALCÃO |
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