Autor Data 23 de Outubro de 1948 Secção Publicação O Século Ilustrado – nº 564 |
Solução de: O MERGULHO FATAL Roussado Pinto Lee
Still adquiriu a certeza da culpabilidade de mr. Jones, quando lhe entregou o
relógio de pulso e o ouviu esclarecer: «É de Doroty!. Com certeza o tirou
antes de dar o mergulho fatal…». Ora, observando o caso psicologicamente, a
desventurada jovem não teria ali colocado o objecto mas, sim, nos sapatos,
juntamente com os outros. Mas, prevendo um esquecimento, também possível,
quando saltasse, com a «forte» oscilação da prancha, o relógio teria caído. Depois
de apertados interrogatórios, o «milionário» acabou por confessar quem a
rapariga, aproveitando-se de um passageiro interesse que ele tivera pela sua
pessoa, o queria obrigar ao casamento, sob ameaça de grosso escândalo. Como a
sua situação financeira era fictícia e vivia, praticamente, de favores dos
Bancos, à base da fama do nome que possuía, o escândalo era inoportuno e
viria cancelar os empréstimos, obrigando-o a pagar, imediatamente, os já
contraídos. Seria a ruina, a desonra, a prisão. Por isso, pensou em matá-la.
Reuniu os amigos na sua propriedade num fim-de-semana que coincidia com uma
festa campesina, incitou-a a assistir, e reteve Doroty com a promessa de
tratarem do «casamento». Fê-la beber, convidou-a para nadar ao luar, levou-a
à prancha e precipitou-a no espaço. Colocou ali o relógio - a fim de atrair a
atenção da polícia para a prancha e levantar a versão de acidente – e o resto
dos objectos nos sapatos. Mas, como vimos, o plano saiu-lhe errado… |
© DANIEL FALCÃO |
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