Autor Data 14 de Abril de 2002 Secção Policiário [561] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2001/2002 Prova nº 8 Publicação Público |
Solução de: DA RÚSSIA COM AMIZADE Karl Marques De todos os episódios
passados em Portugal, apenas um merece atenção por conter uma mentira e diz
respeito ao recenseamento. É que a Lei nº 19/97, de 19 de Junho, criou um
período extraordinário para recenseamento, entre 1 e 15 de Julho desse ano,
para todos os cidadãos que tivessem completado 17 anos até ao final do
período legal de inscrição desse mesmo ano. Portanto, podia ter-se inscrito
na data indicada porque completou 17 anos em Abril e o período normal era até
ao final de Maio. Se não se recenseou, não foi por a Comissão Eleitoral não o
ter autorizado. Se podia ou não receber o
prémio da lotaria, ou se podia montar um negócio seu, são factos que careciam
de mais pormenores, porque nada impedia que um adulto entrasse também no
esquema. O mesmo se passa com os vistos para entrar na Rússia ou com os
pormenores da viagem. Um visto super-rápido demora apenas 4 a 6 horas mas
custa muito dinheiro – para quem o tem daquela maneira, não é óbice. Já na Rússia, a primeira
mentira é a de despir um sobretudo de pele de raposa e um gorro, sacudindo os
flocos de neve. Em Julho ou Agosto, Moscovo não tem frio e muito menos neve. Outra mentira é o tal Boris
– que mora no Kremlin, logo tem lá residência oficial e será, claro, Ieltsin
–, aparecer com oito copos, cada qual entalado entre dois dedos, num
malabarismo que é frequente por os copos de “vodka” serem pequenos. O que se
passa é que Boris Ieltsin não tem todos os dedos da mão esquerda, fruto de um
acidente ocorrido em 1942, tinha então 11 anos, no decorrer da II Guerra Mundial
em que uma brincadeira com uma granada do tipo RGD-33 resultou na sua
deflagração, ficando sem o polegar e o indicador da mão esquerda. Finalmente, adeus em russo
pronuncia-se “do svidaniya” e não “dovidenha”, coisa que não podia passar em claro a quem
afirmava que todos lhe gabavam a pronúncia. Quatro mentiras das
grandes, para um homem só, é demais! |
© DANIEL FALCÃO |
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