Autor Data 3 de Março de 2002 Secção Policiário [555] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2001/2002 Prova nº 6 Publicação Público |
Solução de: A MORTE DO CHARADISTA Janes Toda a aparência do cadáver
indiciava que tinha havido um ataque cardíaco, já que o Januário Pinto sofria
do coração, como mostrava o escuro debaixo das unhas. Mas ouvir da boca da D.
Adozinda que o patrão ultimamente temia ser
assassinado fez com que inspector Alex Cruz
voltasse com mais atenção ao último trabalho do velho e aí encontrasse a
solução, na quadra completa e no fragmento da outra: “É com este fio de cobre /
Que ligo à corrente o rádio / Para ouvir o relato / Que emite qualquer
estádio.” Pegando na última sílaba da
última palavra de cada um dos versos (Cobre = Cuprum
= CU; Rádio = RA; Relato = RE) ficamos com CURARE, um veneno violentíssimo
quando aplicado directamente no sangue. Ora, quem senão o Simão,
que tinha estado longos anos no Brasil, poderia ter facilidade em arranjar o
veneno? E parte da outra quadra
reforça esta conclusão: “Vem a sétima em primeiro /
E a extremidade do braço / Daquel…” A sétima nota musical SI e
a extremidade do braço, MÃO. Logo, SIMÃO, em cujo quarto foi encontrado o
cone como alfinete e posteriormente o frasco com o veneno. Acresce ao já
referido o facto de bororé ser sinónimo de curare. Factos credíveis: – Os empregados estão fora
de qualquer suspeita, pois não lhes interessava nada – com aquelas idades –
que o patrão morresse. – Ao Fernando Pinto, muito
menos! Ainda se o testamento já tivesse sido feito… – Quanto ao Manuel, teria
de gastar montes de cones com alfinetes para atingir os “quatro” cães, tal o
seu estado. Resta o Simão, que atraiu
os cães com a carne, atingindo-os depois com os alfinetes impregnados de
curare, soprados por um tubo de madeira, metal ou plástico. Depois, atingiu o
tio da mesma forma. O resto foi encenação. Atirou pedaços de carne aos cães –
já mortos – do lado de fora do portão para o lado de dentro. No caso de
surgirem suspeitas de crime as atenções serem desviadas para alguém do
exterior O móbil do crime foi,
certamente, o testamento do ancião, para evitar que o mesmo se concretizasse.
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© DANIEL FALCÃO |
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