Autores

Domingos Cabral

 

Data

8 de Abril de 2022

 

Secção

Correio Policial [549]

 

Publicação

Correio do Ribatejo

 

 

Solução de:

A MORTE DO AGIOTA

Domingos Cabral

 

1. Ser regular o furo provocado pelo tiro, demonstrativo de não se ter tratado de disparo à queima-roupa (bordos irregulares, chamuscados, etc.) e, portanto, de suicídio.

2. A ausência, no local, da cápsula da bala, uma vez que “nada mais no escritório se apresentava como passível de ser classificado de anormal”.

3. A carta “maculada apenas pelo texto”, não apresentar vincos de dobragem, evidenciando não ter sido recebida pelo Correio, nem entregue pessoalmente (nestes casos dobrada em envelope) e assim originária da própria casa.

4. Aliás, porque datada de “7/12/13” (sábado) não poderia ter sido recebida a uma hora tão matinal no dia seguinte, tanto mais que no dia seguinte (8, domingo e feriado – dia em que em 2013 se realizou a Meia Maratona de Lisboa) não houve (nem há aos sábados e domingos) distribuição domiciliária de Correio.

5. Logo, tendo sido proveniente da casa, teria que ter sido colocada na secretária por alguém que habitasse aquela, e mais ninguém, salvo o narrador e a vítima, a habitavam.

6. E ninguém, vindo de fora, com intenção de matar o locatário, iria desprovido de necessária arma, e o agiota tinha na mão “a sua pistola “Browning””.

7. E outros pormenores podiam ser referenciados (p.ex. arma segura na mão, o braço com ela segura na perpendicular do corpo, etc.), mas já basta o que ficou registado…

© DANIEL FALCÃO