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TORNEIO DO CINQUENTENÁRIO

“MISTÉRIO… POLICIÁRIO” – MA/MP (1975-2025)

SOLUÇÃO DO PROBLEMA Nº 4

NAQUELA NOITE DE MAIO

Autor: Virmancaroli

Aqui se expõem os 10 factores tidos em conta para a situação narrada e que possibilitarão entender, de certa forma, o ocorrido:

 

P-1. Ouviu-se o tilintar do vidro às 3 horas e 39 minutos, e às 3 horas e 41 minutos, o comerciante já estava a telefonar à polícia. Prova assim que a sua perseguição ao gatuno era pura invenção.

(Eram precisamente três horas e trinta e nove minutos da madrugada quando um forte ruído de vidros estilhaçados irrompeu pelo silêncio da noite)

(Pegou no auscultador e simultaneamente olhou para o relógio que marcava três horas e quarenta e um minutos. Depois atendeu o telefonema)

 

V-2. … o sino da Torre da Igreja da Misericórdia, ali bem perto da Praça da República, batia as quatro horas e meia, badaladas que bem se fizeram ouvir, nessa noite bem escura e húmida.

 (tendo por referência este facto, relógio que dava horas de meia em meia hora e, atendendo ás horas em que o vidro teria sido partido (03h39), bem que poderemos supor que as badaladas das 03h30 tenham sido aproveitadas para partir o vidro, “camuflando” desse modo o barulho …)

(Não havendo transporte na Esquadra do Borralhal , que se encontrava em mudanças , o trajecto até ao local do incidente teria de ser feito a pé, com algumas demoras ocasionais ... e muita conversa pelo caminho!)

 

P-3. Conforme diz o comerciante, o gatuno atirou um tijolo ao vidro. Num caso normal, os estilhaços cairiam para dentro da loja. Mas neste caso não, estão todos na rua, o que prova que o vidro foi partido no interior da loja, de dentro para fora, logo pelo Zé Bastos.

(Via-se um enorme buraco no vidro da porta, e o Sargento Oliveira juntou com o pé os estilhaços, formando um monte considerável em frente da entrada)

 

V-4. Também existe um factor a ter em conta, será a ausência (anunciada) nessa noite, do Guarda Nocturno, propícia a levar por diante a simulação do roubo… sem testemunhas ou entraves e até porque já há bastante tempo que nada ali se havia registado… o que não deixará de ser uma grande coincidência este presumível roubo!

(A ausência anunciada, nessa noite, do Guarda Nocturno, pago pelos comerciantes da praça, já poucos por sinal, possivelmente poderá ter deixado os comerciantes da praça mais vulneráveis… mas até porque também já há bastante tempo que não se registava ali nenhuma ocorrência de roubo, ou de outro abuso qualquer!)

 

V-5. Entrar na loja, assim, rapidamente no escuro e fugir quase que de imediato, ao ser detectado, coloca muitas dúvidas como teria levado precisamente (escolhido) aquele que seria o álbum de moedas mais valiosas.

(Os polícias entraram na loja, sem deixarem, contudo, de observar a grande desarrumação de álbuns em cima do balcão)

(… quando tenho mercadoria para arrumar, pois, ontem fiz umas compras, costumo dormir sempre aqui, porque tenho de começar bem cedo com as arrumações, antes da loja abrir.)

(Levou-me um dos álbuns mais valiosos, com moedas romanas que eu tinha recebido ontem mesmo e que estava ainda aqui em cima do balcão, que era para ser arrumado…)

 

V-6. Para quem tem uma Loja na cidade de Montijo e reside na Jardia, estamos a falar de uma distância bastante curta, digamos que de carro serão cerca de 10 minutos no máximo. Não será então bem longe, a residência e a loja, como diz Zé Bastos, para justificar o ter dormido nessa noite na loja. Claro que havia conveniência estar na loja …!

(Como resido fora da cidade, ali na Jardia, portanto, ainda bem longe da loja e quando tenho mercadoria para arrumar, pois, ontem fiz algumas compras, costumo dormir sempre aqui, porque tenho de começar bem cedo com as arrumações, antes de a loja abrir.)

 

P-7. Com a escuridão que na altura é referida (...vésperas de Lua Nova = noite bastante escura!) ao dono da loja, seria pouco provável saber se era um homem, se era alto ou baixo, se tinha óculos escuros ou mesmo se usava gorro, tudo factores que estariam dissimulados pela escuridão e do momento inesperado de ocasião.

(Mesmo no escuro ainda deu para perceber a silhueta. Era um homem alto, de óculos escuros... "óculos escuros numa noite de véspera de Lua Nova , logo bem escura" … e de gorro pela cabeça)

 

P-8. Eu ainda fui atrás dele até ali ao fim da Praça, mas ele era jovem e bem rápido…

(Como numa noite bastante escura, pois estamos na véspera de Lua Nova, e a Praça estaria mesmo assim com uma iluminação ténue (referências no texto) logo uma das noites mais escuras, o suposto assaltado deu para ver que o suposto ladrão, visto de costas, era jovem?!)

 

P-9. De facto o valor do roubo foi perfeitamente calculado em função do momento baixo em que a loja se encontrava, pelo que o valor do seguro seria muito bem-vindo. Também e fazer um investimento tão alto com o negócio tão por baixo é irrealista, isto presumindo o valor atribuído às moedas roubadas.

(É um grande transtorno para mim, apesar de já as ter segurado, ontem mesmo, quando as recebi.)

 (…o negócio tem andado ultimamente mesmo muito mal.)

 

P-10. Presença na Prova

 

© DANIEL FALCÃO